Catiuza VIana

Aos queridos colegas e amigos da área de Desenvolvimento Urbano (GIHABJP/GIGOVJP)

Eu acho até que eu poderia, atrevidamente, dizer à minha família CAIXA, afinal os últimos 15 anos de trabalho foram aqui todos os dias, em alguns momentos estive mais tempo com vocês do que com meus filhos, acreditem. Por isso imaginei mil formas de tentar me despedir e registrar esse momento de transição pelo qual estou passando agora em minha jornada profissional. Talvez pudesse ter deixado um vídeo ou comprado uma lembrança para cada um, mas escrever, além de ser um deleite que aquece o meu coração, é o que mais me representa como ser humano.

Uma vez escrevendo a vocês, pensei em apelar para minha veia cômica. Não quero parecer triste ou saudosista por demais, entretanto, relatar a vocês e relembrar um pouco desses 20 anos trabalhando em diversos lugares pelo país, muito alivia minha alma. Só na área de D.U foram 17 anos no total. Entrei na Caixa em 2001 e estabeleci uma meta: queria mudar de área assim que me formasse. Minha primeira oportunidade foi por PSI nacional em 2004 para técnico social na REDUR em Boa Vista (RR).

Deixei Porto Velho (RO) e segui sozinha rumo à nova cidade, meio apavorada por não conhecer ninguém. Eu tinha somente um diploma de Psicologia e 23 anos de muita coragem e idealismo, acho que por isso venci meus medos. Dois anos depois fui transferida para João Pessoa, através de uma movimentação do BIM. Eu estava feliz e radiante. Eu amo esta terra onde nasci e me criei. Minha filha, Amanda, tinha acabado de nascer quando cheguei à GIDURJP em 2006. Minha bebê ainda chorava em casa com saudades de mim quando iniciei outra jornada desafiadora. Gostava de desafios, confesso.

Cresci muito profissionalmente como técnica aqui na GIDURJP, aprendi com os melhores profissionais, cometi acertos, erros e tive a honrosa e difícil missão de gerir tecnicamente alguns processos que amava acompanhar. Assim, transitei na arte de gerir e liderar pessoas por quase dez anos consecutivos. Devo muito do que me tornei às vivências que aqui construí

Os nomes da área mudavam (GIDUR, RESGOV, GIGOV, GIHAB), tantos que nem lembro todos. Não importa, o que importa mesmo são vocês: as pes soas que dão vida a organização, que riem, comemoram as vitórias e choram nas derrotas ou nas despedidas. As dores e alegrias da convivência me esculpiram dia após dia e, portanto, sou eternamente grata a todos, inclusive aos que já não estão mais entre nós ou mesmo aqueles que não tinham afinidades comigo pois suas críticas, justas ou injustas, auxiliaram-me a aprender a ouvir melhor as pessoas.

Infelizmente, meus queridos, o meu tempo por aqui foi interrompido. Estou migrando, por determinação da empresa, para a rede de agência, mais precisamente para agência Beira Rio. Vocês querem saber se eu vou sentir falta? Sim, definitivamente sim, sentirei muita falta de vocês, até das brigas e das discussões políticas acaloradas da copa, da comidinha e dos mimos de Núbia. Acreditem, eu amei cada segundo aqui.

Evidentemente, como em tudo na vida, eu também tive meus dias difíceis e nublados. Nunca fui o melhor exemplo de autocontrole ou paciência, mas era só imaturidade, perdoem os excessos. Em que pese meus defeitos, posso dizer sem medo de errar que fui, sou e sempre serei verdadeira, um marco que transborda na essência de quem sou. Alguns me amam ou admiram, outros me temem por eu ser meio brava, alguns talvez até odeiem ou invejem, isso realmente não é um problema. Não acho que a unanimidade e o consenso sejam possíveis para me definir, apenas sou quem sou em fúria, força e personalidade. Não almejo aprovação incondicional, apenas respeito e aceitação me são suficientes pois amo vocês muito além das diferenças de pensamento ou conduta que possamos ter.

Deixo essas palavras de carinho em agradecimento. Em todos esses anos convivendo aqui, fui agraciada por Deus em me permitir conhecê-los e desfrutar de excelentes amizades, umas mais próximas outras nem tanto, mas cada um tem seu lugar nas minhas lembranças, inclusive os colegas que não estão mais entre nós e deixaram saudades eternas.

Aos mais afoitos, informo que eu não entrei no Plano de Demissão Voluntária e claro que não vou me aposentar nem tão cedo. São 20 anos de Caixa, mas somente 40 anos de idade e de muita beleza, aliás, faço aniversário em 21 de março de 2021 (obs.: mandem meu presentinho lá para a agência que eu vou adorar). Além disso, provavelmente serei da turma que no futuro vai receber auxílio bengala ou frauda geriátrica; essas reformas previdenciárias me deixam criativa sobre quais auxílios vamos precisar da empresa para continuar trabalhando até o infinito.

Já estou fugindo do foco aqui e, sim, é verdade que foi humor negro esse parágrafo acima, mas falando sério sobre o que eu estou sentindo, eu diria que inegavelmente é o fim de um ciclo e o início de outro. Estou retornando a rede de agências, o lugar onde a minha aventura começou, tudo passou tão rápido. Eu espero sinceramente recomeçar e renascer, viver dias ainda maiores e melhores, e, por que não me reinventar? Ainda tenho muito tempo, preciso aprender tanto por aí e conhecer muitos outros colegas tão maravilhosos quanto vocês (se é que isso seja possível, risos).

Prometam-me apenas uma coisa e lembrem com afeto das minhas palavras: Estando próximos ou não, o meu carinho e apreço por vocês sempre será o mesmo, desejo que cada um dos amigos que aqui fiz, conquiste sempre seu próprio sonho de felicidade e não se deixem vencer pelas adversidades. Quando elas chegarem, você e eu sabemos que faz parte da vida, muitos ficarão abatidos, assim como eu também fico, porém, se refaçam rapidamente, juntem suas forças, não permitam que nenhuma circunstância tenha o poder de diminuir ou definir a sua grandeza como pessoa. A alegria da vida está em levantar a cabeça, sacudir a poeira (apesar de que eu prefiro mesmo é sambar), e seguir sempre em frente, confiando em Deus que tudo ficará bem.

Façam sempre o melhor que puderem sem machucar as pessoas e, caso machuquem, peçam desculpas, perdoar e recomeçar são princípios libertadores das angústias humanas em qualquer esfera da vida. Absolutamente nada se leva dessa vida a não ser o amor que nutrimos aqui uns pelos outros. Desejem tocar e inspirar o coração das pessoas onde quer que estejam. Continuem íntegros e autênticos, mas nunca deixem de exercer a solidariedade e a empatia, essas virtudes nos humanizam e nos aproximam do caráter de Cristo, mesmo aqueles que não tenham a mesma crença certamente concordam com isso.

Ah, já ia esquecendo, uma última coisa: quando sentirem a minha falta, lembrem-se da minha alegria e da minha risada extravagante ecoando pelos corredores. Nada me fará mais feliz do que minha irreverência marcada pelo meu sorriso estridente compondo as lembranças e causos no discurso imaginativo de amigos tão especiais. Estou logo ali do lado, somente em outra unidade, mantenham o contato sempre, estarei disponível e claro que vou querer notícias!!!

Um beijo carinhoso em cada um de vocês!

Atenciosamente, Caty.